Piracicaba / SP - sexta-feira, 19 de abril de 2024

PHMETRIA ESOFÁGICA - INFANTIL E DO ADOLESCENTE - ORIENTAÇÕES AOS PACIENTES E FAMILIARES

 

PHMETRIA ESOFÁGICA – INFANTIL E DO ADOLESCENTE

 

 

ORIENTAÇÕES AOS PACIENTES E FAMILIARES

 

 

 

O que é a pHmetria esofágica?

           

A pHmetria do esôfago é um exame que permite ao medico avaliar os refluxos de materiais ácidos contidos no estômago para o esôfago (órgão do aparelho digestório que faz o transporte dos alimentos da boca ao estômago) num período aproximado de 24 horas, sendo no momento o padrão ouro para o estudo do Refluxo Gastro-Esofágico – RGE (retorno do conteúdo ácido do estômago para o esôfago). Este exame tem a finalidade de, em regime ambulatorial, identificar a presença do RGE,  de modo que toda vez que ocorra refluxo de material ácido do estômago para o esôfago o mesmo seja registrado e, na análise do período em que o paciente esteja submetido ao exame, seja possível identificar com o auxílio de um programa de computador, dados que permitam identificar se houve refluxo, a quantidade e tempo em que o esôfago ficou exposto ao ácido, se esse refluxo foi fisiológico (normal) ou patológico (alterado), em que posição (se em pé, se deitado ou se em ambas) ocorreu predominantemente o RGE e também se os sintomas que o paciente relatar durante o exame, estão ou não associados ao RGE. Esses dados constituem informações importantes para os médicos especialistas das áreas de pediatria, gastroenterologia, cirurgia pediátrica, cirurgia do aparelho digestivo, imunologia, alergologia,  clínica médica,   pneumologia,  cardiologia,  otorrinolaringologia e  neurologia, para diagnosticar e orientar o tratamento do paciente.

 

 

Como é realizado o exame?

            O paciente deverá comparecer ao Hospital Unimed (setor de Endoscopia) no horário programado, estando em jejum de pelo menos 4 horas. Se para o exame foi programada internação, deverá se dirigir então inicialmente ao setor de Internação. Quando necessário, poderá ser dada uma medicação com efeito sedativo para o paciente, dependendo do caso, da idade e do peso. O exame começa com o paciente deitado (crianças pequenas) ou sentado (crianças maiores e adolescentes), colocando-se uma  sonda plástica flexível de fino calibre através de uma das narinas, que são lubrificadas e anestesiadas com gel de xylocaína. A partir de então, a sonda é introduzida delicadamente, passando pela garganta, em seguida passando pelo esôfago, progredindo através do mesmo até chegar no estômago. Nessa fase do exame pode-se sentir um desconforto passageiro (náuseas), apresentar tosse, espirros, incômodo, porém uma vez passada a sonda, o esôfago rapidamente se ajusta à mesma, em geral tendendo a reduzir o desconforto e ocorrendo a adaptação. A partir de então, um pequeno eletrodo de referencia (semelhante aos que se utilizam para fazer eletrocardiograma) é fixado em algum ponto da parede anterior do tórax (normalmente abaixo do mamilo esquerdo em homens ou da mama esquerda em mulheres) e um cabo elétrico (parecido com os utilizados para conexão dos telefones à linha) comum à sonda e ao eletrodo é conectado a um aparelho portátil que vai registrar todo o período do exame. Em seguida, é feita uma rápida checagem para se ter certeza de que a sonda está no estômago e a mesma é tracionada até um ponto previamente determinado no esôfago, e feito isto, a sonda é fixada na narina, passada por trás da orelha de modo a que se posicione o mais discretamente possível, evitando o desconforto. O aparelho registrador é então colocado na sua capa e será colocado no paciente através de alça a tiracolo.

A seguir, o paciente recebe uma folha com um diário, onde deve marcar toda e qualquer refeição (incluindo lanches, sucos, salgadinhos ou doces, ou seja, tudo o que o paciente ingerir), anotando o início e o final das mesmas. Deve anotar também os períodos em que permaneceu deitado (início e fim de cada um desses períodos), mesmo que tenha sido apenas para uma pequena soneca e por fim, deve anotar toda vez que apresentar algum sintoma, discriminando o tipo do sintoma (tosse, chiadeira de peito, azia, queimação, dor de estômago ou no tórax ou na garganta, pigarro, incômodo, etc.) e anotando no diário o tempo em que o mesmo começou. Em geral, quando criança maior ou adolescente, ao término dessa fase, o paciente é liberado para suas atividades de um dia normal sem restrições para que o exame possa registrar em que situações do dia acontece o RGE. Crianças pequenas algumas vezes são mantidas internadas até o final do exame. Em geral, é realizado um raio X de tórax para constatar o correto posicionamento da sonda. No adolescente, algumas vezes a posição da sonda já é estabelecida previamente através do exame de Manometria Esofágica, quando solicitado.

É importante lembrar que no período do exame, não se deve praticar esportes (o suor pode fazer com que o eletrodo ou a sonda se desconectem e um possível impacto pode danificar o aparelho) e não se deve tomar banho com chuveiro ou banheira, podendo, no entanto tomar banho com o uso de toalha úmida, evitando-se a área da sonda, do eletrodo e do aparelho registrador (sempre é bom lembrar que o aparelho registrador é de funcionamento elétrico e pode ser danificado quando exposto a água).

Quais são as indicações para se realizar a pHmetria esofágica?

A pHmetria pode estar indicada quando o paciente:

  1. tem suspeita de RGE mas com sintomas indefinidos ou não muito claros;
  2. tem sintomas típicos de RGE e a endoscopia não demonstra lesão (esofagite ou complicação do RGE);
  3. tem sintomas de refluxo mas que não respondem ao tratamento clínico;
  4. necessita avaliar manifestações otorrinolaringológicas ( laringite, faringite, otites e sinusites de repetição, pigarro ) com suspeita de D.R.G.E., às vezes até OCULTO (sem história de náuseas, ruminação, regurgitação ou vômitos);
  5. necessita investigar possível D.R.G.E. associada à asma e outros sintomas respiratórios (tosse crônica, infecções respiratórias de repetição, pigarro, chiadeira);
  6. tem suspeita de DRGE como possível causador de dor torácica de origem não cardíaca, após avaliação cardiológica;
  7. apresenta achados normais e / ou equivocados (atípicos) na endoscopia, e sintomas de refluxo refratários ao tratamento;
  8. necessita avaliação após cirurgia anti-refluxo, nos quais se suspeita que ainda persiste refluxo patológico;
  9. necessita avaliar a eficácia do tratamento medicamentoso;
  10. necessita detecção de refluxo oculto.

 

 

Orientações gerais para a realização do exame.

 

  • Manter um período de jejum de 4 horas
  • Suspender os medicamentos que contenham os seguintes componentes genéricos  (ver na bula) uma semana antes do exame:
    • Bloqueadores H2:
      • Cimetidina; Ranitidina; Nizaditina; Famotidina
      • Inibidores da bomba de prótons:
        •  Omeprazol; Lanzoprazol; Pantoprazol

 

  • Procineticos:
    • Metoclopramida (Plasil); Bromoprida (Digesan); Domperidona (Motilium); Dimenidrinato (Dramin)

 

  • não deve ocorrer impacto sobre o aparelho
  • tomar os devidos cuidados para não sair acidentalmente a sonda, para não descolar o eletrodo, e para não cair água no sistema. Deve-se também evitar ingerir chiclete, café, chá preto e refrigerantes durante o exame de pHmetria.